terça-feira, 6 de abril de 2010

As máximas

Odeio frases feitas, pensamentos coletivos, explicações pré-formuladas. Mas é incrível como a "máxima" de que você encontra alguém sempre que não procura funciona.
Você tomou aquele pé na bunda, aquele chifre, whatever, está desiludido da vida e fica com um, outro, mais outro, até que você vê que não tem dias suficientes na semana pra ver todos aqueles garfos com os quais você se enrolou. Claro, sempre tem o garfo favorito. Você até fala, "quem sabe, esse aí não serve pra alguma coisa?" mas ele dá um jeito de acabar com o pseudo-encanto rapidinho.
Eis que, do nada, você fica com alguém que não tinha nada, n-a-d-i-n-h-a a ver com aquilo tudo (rs). Até mesmo você se pergunta, "tenho tanto cara pra enrolar, porque é que eu fui ficar com esse cara?" e, de repente, não mais que de repente (!), você se enrola de novo. Quando vê já tá babando de novo, namorando de novo, a vida é cor de rosa de novo.
Mas o que acho interessante é o fato das pessoas não conseguirem ver o cor de rosa sem uma manchinha cinza ali no meio. Elas nunca esquecem ou conseguem deixar de lado as fanfarras que a vida já lhes arrumou. Elas temem que aconteça de novo, elas comparam a parte não tão cor de rosa atual com a parte cor de rosa passada, enfim...
Odeio comparações. Será que é tão difícil as pessoas relevarem o que já aconteceu? É como se você nunca mais pegasse um ônibus porque uma vez este não passou no horário e você atrasou-se para o trabalho. Nunca mais comer lasanha porque uma vez, te fez vomitar. Não tomar banho de chuva porque uma vez ficou gripadasso.
Não seria mais fácil se aprendesse que dependendo do transporte público, você pode sair um pouco mais cedo? A lasanha que te fez passar mal estava ali há uma semana? Ou banho de chuva tem estação para ser tomado sem preocupação (verão, rs)?
Já foi, já passou, a-c-a-b-o-u. Comer uma lasanha que ficou um mês estacionada na sua geladeira não vai fazer bem, não é?
Aprenda com o passado, depois deixe-o aonde está. É ótima a sensação de estar livre de tudo o que passou. As coisas precisam ser concluídas, e remoer, comparar, tentar consertar, tentar evitar que aconteçam eventualidades que já lhe ocorreram... É loucura! Além de, principalmente, ser inútil. Não vai mudar, não vai consertar, o que já foi, já foi. É redundância, mas é isso mesmo. Não forme conceitos pré-concebidos, não viva com medo de assombrações. Isso não existe. Abra sua mente e coração para o novo sem restrições. Isso pode te surpreender.
Detesto as frases feitas, mas não posso deixar de terminar com uma: "Quem vive de passado, é museu".

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